Enquanto assistia à reencenação de Roda Viva, a simbólica peça de Chico Buarque, no Teatro Oficina, não saía uma memória de minha mente. De uma conversa que tive com a inteligente e corajosa mãe de um grande amigo, durante uma viagem a uma praia paradisíaca do Rio. Falávamos de política, assunto no qual costumam cair … Continue lendo Roda Viva (Oficina), de Chico Buarque e Zé Celso: nem precisou atualizar muito o texto de 68. O Brasil continua a mesma República de Bananas, nas quais se tem de lutar contra os mesmos canalhas de sempre. Tálkey?
Quando a gente falava com os animais, havia paz
Vi o Paraíso na natureza. Não foi inédito tal vislumbre. Mas diante da magnitude de cânions, dos rios gelados e de pedras que cortavam a pele a cada novo passo, em aviso de que tudo é vivo e sangra, desta vez chorei em solidão. Chorei pela minha pisada nesta Terra. Pelas árvores que caíram para … Continue lendo Quando a gente falava com os animais, havia paz
O caso dos grupos de WhatsApp das pessoas de bem
(Conto fictício livremente inspirado em zapzaps reais) Chega próximo do Natal. O WhatsApp começa a ser bombardeado. Uma saraivada de mensagens. E os homens e as mulheres de bem do Brasil, sejam dos religiosos, dos conservadores ou dos ativistas de fim de semana, daqueles que gostam de, assim, atirar, se divertem com as mensagens. Grupo … Continue lendo O caso dos grupos de WhatsApp das pessoas de bem
João de Deus, Prem Baba, Osho, Bolsomito, Lula e o problema com os gurus (e com a ioga) – um desabafo
Cena 1 – Prem Baba Tenho um grande amigo que era fã de Siri Prem Baba. Como somos próximos desde a adolescência, ele sentia a liberdade de tentar me convencer a seguir o guru autonomeado de iluminado, mesmo já sabendo de minha tendência ao asco a tais figuras. Uma das táticas de meu amigo era … Continue lendo João de Deus, Prem Baba, Osho, Bolsomito, Lula e o problema com os gurus (e com a ioga) – um desabafo
O sutiã de Olavo de Carvalho. Ou: o filósofo da era do WhatsApp
Há onze anos um grupo de missionários me abordou na porta do Hospital Heliópolis, localizado no meio da favela de mesmo nome em São Paulo (eu frequentava o local praticamente todas as semanas para escrever o livro-reportagem deste link). Depois de pregarem, dizerem que eu estaria condenado ao inferno se não rezasse com eles numa … Continue lendo O sutiã de Olavo de Carvalho. Ou: o filósofo da era do WhatsApp
O caso do senhor careca sem peruca
(Conto fictício livremente inspirado em fatos reais) Como todas as noites, tirando domingos, às 8pm – ele prefere falar em am e pm, não em 8 ou 20 –, o senhor retira-se para seu quarto no segundo andar de sua casa no Morumbi. Pendura a peruca preta no cabide e deita sozinho na cama king … Continue lendo O caso do senhor careca sem peruca
O caso da Loba do Tinder
(Começarei a publicar por aqui também contos fictícios livremente inspirados em fatos reais que retratam as loucuras de nossa relação com as novas tecnologias que tomam conta do mundo. Esta é a primeira dessas histórias) Teve início de forma inocente. – O que você faz? – Empresária. A garota digitava em seu celular modelo três … Continue lendo O caso da Loba do Tinder
Felipe Neto e outros youtubers são má influência pros seus filhos?
– Vi o perfil do Felipe Neto. – É mesmo? Você leu o que escrevi na revista? – Não. Vi os vídeos no site. É. Meu filho adora ele, o Felipe. Mas ele podia falar menos palavrão, né? Assim não dá. Meu filho não para de falar palavrão. – Você vê os vídeos com seu … Continue lendo Felipe Neto e outros youtubers são má influência pros seus filhos?
Stan Lee: o cara que me fez sonhar em meio a pesadelos. Excelsior!
É manjadíssimo dizer que super-heróis entram em nossas vidas fazendo o papel dos mitos de antigamente. São os deuses modernos. Os Hércules de nossa era. Os aventureiros das odisseias de hoje em dia. O vislumbre do que sonhamos ser. Se Homem-Aranha, Thor, Demolidor e os X-Men são mitos, o que seria o criador de todos … Continue lendo Stan Lee: o cara que me fez sonhar em meio a pesadelos. Excelsior!
Brasil: uma bad trip de ácido vencido
Acordei numa rebordose. Atrasada. Efeito de um ácido tomado há tempo. Foi numa rave de 2002. Falaram que o doce tava no ponto. Como todo doce, esse tinha nome, vinha de uma linha. Não me recordo ao certo a alcunha, mas tinha a ver com um bicho, acho que um molusco. Ligação com o Bob … Continue lendo Brasil: uma bad trip de ácido vencido